Meia-luz

A vida é como fosse um João sem braço

Sozinho no seu próprio desespero

Não sabe se se esconde no tempero

O gosto avermelhado do fracasso.

E agora em meio à luz e em meio à treva

Avista apenas sombras e fantasmas

Em meio a um turbilhão de maus miasmas

Reclama da amargura que o eleva.

Não lembra o Amargo Ledo da existência

Tampouco o sabor da própria essência

Que estruge deste horror da vida asteca.

Talvez nem seja a vida que o anime

Que tal se fosse o ar que se comprime

Enquanto a morte o seu pulmão resseca?

Ledo Literato
Enviado por Ledo Literato em 21/07/2024
Código do texto: T8111283
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