Meia-luz
A vida é como fosse um João sem braço
Sozinho no seu próprio desespero
Não sabe se se esconde no tempero
O gosto avermelhado do fracasso.
E agora em meio à luz e em meio à treva
Avista apenas sombras e fantasmas
Em meio a um turbilhão de maus miasmas
Reclama da amargura que o eleva.
Não lembra o Amargo Ledo da existência
Tampouco o sabor da própria essência
Que estruge deste horror da vida asteca.
Talvez nem seja a vida que o anime
Que tal se fosse o ar que se comprime
Enquanto a morte o seu pulmão resseca?