Indene
Eu não passo indene pelo crivo crítico
dos letrados sábios – mas tão inscientes
quando ao verbo escarnam... São as doutas mentes,
alfarrábios vivos, entes analíticos!
Não! Não passo indene... São tão reticentes
porque desagravo aos seus poderes míticos
com meus balbucios quase neolíticos
de uma protolíngua não mais existente...
Assim posto, algures, volto à mendicância
da orfandade em letras, pobre de diplomas
e fadado às penas desta ignorância!
Eu não passo indene... Minha voz não soma
e volto, ingerente, para a militância...
E os doutores voltam às suas redomas....