O sistema

O sistema

Vou te contar u’a coisa: a vida está sem graça,

Na lagoa não tem peixe e sobra jacaré,

Tem muié amigada com outra muié

E omi beijando outro omi, no banco da praça.

Tem gente que se mata brigando por raça,

Por religião, tem quem faça rapapé,

Por futebol, há quem brigue, gritando olé,

Por um taco de estanho transformado em taça.

E tem quem vadiando na rua indeciso,

Outros que de preguiça morrem se preciso.

Tem gente se matando, jogando baralho,

Tem gente preocupada com a vida alheia,

Outros que se fizeram chaves de cadeia,

E tem eu que detesto quem criou o trabalho.