Vozes

Vozes

São tantas e imprecisas vozes que ao vento

Pairam sem conexões e causam afasia,

São tantos os ruídos que melhor seria,

Um palmo de silêncio a cada momento.

Por tudo, ou quase tudo tem açodamento

De crítica capenga e escorregadia,

Barulho revidado em tosca fantasia,

E o mundo perde o brilho, o viço e o

[ encantamento.

Gritam mais forte os que pensam que têm razão,

E nessa tumultuada e tosca confusão

Ninguém sabe quem é o mais louco entre os

[ loucos.

Ruídos que se perdem entre alheamento,

Onde ninguém se entende nesse acampamento,

São vozes estridentes para ouvidos moucos.