QUANDO ME PONHO A ESCREVER
É como se eu saísse do meu pequeno universo
quando me ponho a escrever noutro tanto
que eu teço, profundo e imenso, reverso
de um outro mundo, que eu criei, entretanto.
Apaixonado e inusitado me parece este verso
inventado, de um talvez distraído canto
que de novo se reinventasse, e fosse o inverso
de tudo o que conheço, mas feliz, tanto e tanto.
É como se lá fora assoprasse um nordestino vento,
de uma novíssima poesia, a qual só eu sei
com quais palavras, incrementadas no tempo,
foram propósito nascidas de um novo alento,
de tão enraizadas como à flor que eu plantei
quando me pus a escrever de fora para dentro.
Jorge Humberto
03/07/2024