Vida é assim
E os sinos que se dobrem de agonia
Solapando o badalar da tragédia
Sobre os trilhos da divina comédia
Ofegando de ócio e calmaria
E quem sabe na alcova já sem nédia
Duas almas moldadas na alquimia
Na quimera da noite que alforria
Se libertem do cárcere, da rédea
É que a vida extraordinariamente
Como que travessura de serpente
Põe o dedo tão podre em brilho alheio
Pois que os dias que pesam sobre os ombros
Sendo mais que uma flor sobre os escombros
Nunca mais seja o epitáfio que leio
Carlos Viana