Alegrai!
Alegrai, alegrai... sim, alegrai!
Esta face nefasta e sem rubor
Nesta tarde espinhosa de calor
Nesta vida terçã que a morte atrai
Se lhe corta uma espada samurai
Inda assim desabroches feito flor
Um sorriso desnudo em rubra cor
E alegrai deste pranto que distrai
E se ainda sentires um amargo
Destilado veneno em tua boca
Não te percas no medo que é tão largo
E, contudo, se o fel não lhe sacia
Faz do riso um refúgio, um só letargo
Que esta vida te beija com alegria
(Carlos Viana)