SONETO MEDO E MANHA
O medo é que me deixes ao relento,
Bem quando a minh' Alma for só tua!
E for todinho teu, meu Pensamento,
e eu ir aos braços teus, já toda nua,
qual incandescente éter nevoento,
mostrar-me bem ao jeito dessa Lua:
Áureo tapete em Mar de sentimento!...
Que a face do Amor, no céu, tatua!
Se é raro, infindo, vasto e poderoso,
o genuíno Amor, que por mim, tens!
Largues de manha, largues, meu dengoso!
Sejamos, da saudade, os bons reféns!
Que logo o inverno vem num frio Agosto
E o fogo meu não queima os teus desdéns!