SONETO MEDO E MANHA

O medo é que me deixes ao relento,

Bem quando a minh' Alma for só tua!

E for todinho teu, meu Pensamento,

e eu ir aos braços teus, já toda nua,

qual incandescente éter nevoento,

mostrar-me bem ao jeito dessa Lua:

Áureo tapete em Mar de sentimento!...

Que a face do Amor, no céu, tatua!

Se é raro, infindo, vasto e poderoso,

o genuíno Amor, que por mim, tens!

Largues de manha, largues, meu dengoso!

Sejamos, da saudade, os bons reféns!

Que logo o inverno vem num frio Agosto

E o fogo meu não queima os teus desdéns!

Laura Alves Coimbra
Enviado por Laura Alves Coimbra em 05/06/2024
Reeditado em 05/06/2024
Código do texto: T8079350
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