SABE-SE LÁ...
Ah, meu poeta, acalma os teus anseios!...
Bem sei que teus impulsos são frementes.
Não vês que os teus poemas são sementes?
De sonhos e lirismos estão cheios...
num cesto, envelhecendo, mas latentes,
à espera dos olhares mais alheios
e de desvencilhar-se dos enleios,
quais outros tantos versos tão descrentes...
Sabe-se lá por quantos vendavais
e quantos impiedosos temporais
sobreviveu o germe de um rebento,
até que as sábias mãos da natureza,
o transformasse em galhos... na incerteza
de ter reconhecido o seu talento!