Álcool

Álcool

Não te maldigo como fazem os ingratos,

Bebo-te por deleite de minha vontade,

Não tenho ocultas dores nem que me aguarde

Amores infiéis, ou de perfis baratos.

Não te censuraria por toscos aparatos

Se eu os tivesse, não escapo da verdade

Para que caia sobre ti fatalidade

Que nem de longe são teus os débeis fatos.

Sorvo-te nas cervejas, vinhos e licores,

Nas vodkas, runs, gins, na boca dos amores,

Bebo-te nos quentões, ou onde tu estiveres.

Quero-te no absinto, tequila e aguardentes,

Nos conhaques, genebras das noites “calientes”,

Bebo-te nas vermelhas bocas das mulheres.

Aracaju-SE., 05/ 05/ 2024

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Do Poeta e amigo Jota Garcia, recebi essa advertência relevante.

BARATO, ÀS VEZES SAI CARO

Do álcool nada sei, do seu barato.

Em criança vi o estrago que faz.

Vi, de perto, os malefícios que traz.

Por isso é que teu soneto rebato.

Não julgo quem dele tira proveito,

Quem fica alegre sem beber demais.

Ele desperta instintos animais,

E se vira vício não tem mais jeito.

Tudo bem uma ou duas cervejinhas,

De colarinho, de tão geladinhas,

Que a vida é dura e ninguém é de ferro.

Nada melhor pra fechar a semana.

Porém se a sua preferência é cana,

Digo que pra mim é o fim da linha.

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Do Poeta e amigo Solano, recebi mais uma excelente colaboração.

O PINGUÇO

Solano Brum

”In Vino Veritas!” mas, na cachaça

Nem verdade tampouco ato nobre!

Que rima pode ter, senão desgraça?

Todo usuário, sendo rico, fica pobre!

Toma porre e diz que é por mágoa...

Revela tudo que nunca ousou dizer!

Cachaceiro, pinguço ou pau d’água,

Vive sem amor… bebe pra esquecer!

Se a nada dá valor, jamais se acerta;

Paga as rodadas, depois pede fiado

E há quem se afasta se por ele passa...

E porque jogo pedra na vidraça?

Eu também bebo e é do meu agrado;

E de amor não falo por não ser Poeta!**