ACRÓPOLE

A velhice é a acrópole da vida,

O ponto elevado pelos anos

De onde se vê os mais risonhos planos

Da meninice há muito já perdida.

É lá onde, também, se acha erguida

A catedral dos sonhos e enganos

Da mocidade presa aos tiranos

Desejos dos quais não se viu saída.

Na acrópole concentram-se estátuas

Dos que não deram voz as almas fátuas,

Por respeito a pele em pergaminho…

À acrópole, alguns chegam sem saber

Que é de perto do céu que dá pra ver

A beleza e o perigo do caminho.