Nada nos pertence, não somos nada
De nós mesmos, não somos donos
Temos apenas o tempo da jornada
Procurando algo, que não somos
Na jornada, não temos domínio
Podemos provocar nosso fim
Ou, esperar um extermínio
O toque da corneta de um serafim
Mas, criaram valores, preço e renda
Decidem, o que pagas, os dízimos
Qualquer negócio é uma prenda
E, mesmo nada tendo, nada sendo
Trinta moedas, pães, ázimos
Nada me pertence, não vendo