SONETO AOS FORTES
E a solidariedade, as mãos, estende,
Lá enquanto a vida torna-se empatia
Num Porto Alegre tão sem alegria!
Em meio a água voraz, que não se rende.
E Deus, que age e ora e nos espia,
Só ele, Dor tamanha, compreende.
Só Deus, à Esperança inda nos prende
E pode enfim cessar tanta agonia…
Mas, vós, irmãos, autores de façanhas,
Bem como em vosso hino audaz; potente,
Fareis, mesmo das fúlgidas entranhas,
Um odre à sede de outro irmão carente!
E Deus, há de mover, por vós, montanhas
Pra o sol, vos revelar, do Amor vigente.
(Queiroz Filho)