SONETO AOS FORTES

E a solidariedade, as mãos, estende,

Lá enquanto a vida torna-se empatia

Num Porto Alegre tão sem alegria!

Em meio a água voraz, que não se rende.

E Deus, que age e ora e nos espia,

Só ele, Dor tamanha, compreende.

Só Deus, à Esperança inda nos prende

E pode enfim cessar tanta agonia…

Mas, vós, irmãos, autores de façanhas,

Bem como em vosso hino audaz; potente,

Fareis, mesmo das fúlgidas entranhas,

Um odre à sede de outro irmão carente!

E Deus, há de mover, por vós, montanhas

Pra o sol, vos revelar, do Amor vigente.

(Queiroz Filho)

QueirozF
Enviado por QueirozF em 10/05/2024
Código do texto: T8059918
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