E A VIDA DISSE ADEUS AOS MEUS AMORES
E a vida disse Adeus aos meus amores!...
Sequencialmente, disse: - Adeus, então!...
Sem falso pranto e sem tardos rancores,
Guardá-los-ei bem fundo ao coração!...
Mendigo a implorar por meio pão…
Não regues vasos tais, pois não há flores!
Em que a água do meu pranto é a vazão,
Tombados beijos neste rio sem dores!...
Por mim, morreu teu último desejo…
Dormimos nus e, embora, assim, tão juntos,
Do Gozo, às mil delícias, não há ensejo!…
Por isso agimos como dois bestuntos!
Mas, como um doido, eu sinto e até prevejo
Nem todos sonhos, hoje, são defuntos!…
(Queiroz Filho)