NATAL NO SUDÃO

Que Natal pode haver numa criança sudanesa,

Morrendo a cada quinze segundos numa mesa

Improvisada de campanha, onde a vã verdade,

Mais não é, que um grito calado, vil insanidade.

E enquanto assim empertigando vera destreza,

O Homem mais não concede, que sua certeza,

Foge de tudo, toda e qualquer destra afinidade,

Porque se roubou, ao povo, sua nacionalidade.

Em Darfur a guerra civil não cessa nunca mais,

Mulheres e crianças degoladas e sem palavras,

Caem abatidas no campo, prenhe dos arrozais.

Tudo isto é uma mentira engenhosa pra vender

Ao desbarato, corvos lívidos, cravando garras,

Sem inquirir, porque meio mundo, está a morrer.

Jorge Humberto

25/12/07

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 05/01/2008
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