SONETO À FORMA INSENSATA

Se é a Alma, labirinto de espelhos,

É a vida os seus reflexos distorcidos...

Por isso são meus olhos tão vermelhos!

E são, paixão e Amor tão confundidos...

E este Ícaro que morre de joelhos

Beijando a Flor dos sonhos lá caídos!...

Por não ouvir, de Dédalo, os conselhos,

Subiu além da Glória dos Vencidos...

Oh! ingratidão! Oh! Pélago profundo,

Se, o sofrimento humano, o Amor, não mata,

O que viemos nós fazer no Mundo?...

Perder, da astral saída, a porta exata?...

E, então, ao espelho, em lágrimas, me inundo!

Ao ver que é Laura a forma insensata...

(Queiroz Filho)

QueirozF
Enviado por QueirozF em 10/04/2024
Código do texto: T8038682
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