SONETO À FORMA INSENSATA
Se é a Alma, labirinto de espelhos,
É a vida os seus reflexos distorcidos...
Por isso são meus olhos tão vermelhos!
E são, paixão e Amor tão confundidos...
E este Ícaro que morre de joelhos
Beijando a Flor dos sonhos lá caídos!...
Por não ouvir, de Dédalo, os conselhos,
Subiu além da Glória dos Vencidos...
Oh! ingratidão! Oh! Pélago profundo,
Se, o sofrimento humano, o Amor, não mata,
O que viemos nós fazer no Mundo?...
Perder, da astral saída, a porta exata?...
E, então, ao espelho, em lágrimas, me inundo!
Ao ver que é Laura a forma insensata...
(Queiroz Filho)