AS TARDES FINDAS

(Soneto com estrofação à Henriques Britto, embora a métrica não alcance tal.)

Seu corpo atado ao meu, marquinhas de sol

No quarto, as últimas luzes do arrebol

Defronte ao pôr do sol, abro a janela

Momento encomendado ao tempo e à vez

Airosa trama a deslindarmos – eu e ela

Fruir suas histórias, gracejos, risadas

Aviva-me a tarde, a vida, a noitinha

No olhar, meu querer, por certo, adivinha

E afagos se faz... noites... madrugadas...

Na praia, as ondas batem, idas e vindas

Tais quais meu corpo e o seu, em frenesi

Tibieza, fluidos, suor... as tardes findas...

Dormir em seu colo... e acordar... e o mar

Quebrando ondas na areia... É doce amar!

Lucas Carneiro

7mar.2024

18h30