Sol sem Firmamento

Minh’alma, borboleta que espaneja

o pó dos sonhos ao bater das asas…

Esqueça os homens; seres de almas rasas!

Tem maior honra, o verme que rasteja.

Quero é voar! Voar além das casas!...

Rendi o meu seio a tanta mão sobeja,

Que neste instante, o fumo que me beija

Mais fogo traz em suas mortas brasas

Do que o beijo desse atroz palhaço!

E eu que d’asa ferida, em meu cansaço,

Finjo voar, tão-só em pensamento.

Eu não sei como sei, mas tu existes!

Não só para iludir meus olhos tristes,

Felicidade!… Sol sem Firmamento!…

(Laura Alves Coimbra)

(Laura Alves Coimbra)
Enviado por QueirozF em 13/03/2024
Código do texto: T8019247
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