SE A VIDA É GUERRA, O AMOR, É A GRANADA
Se a vida é guerra, o amor, é a granada!
Que vai de mão em mão, subitamente...
Das mãos do amado até as da amada.
Sem pino já, bem qual batata quente...
E enquanto há amor, está parada.
O olhar, o cheiro, tudo inflama a gente!
Vestida ou seminua ou já pelada,
Desejo-te, assim, sumariamente!...
Mas o que em mim amavas, eu não era!
E o que antes eras, era o que eu amava!
Perdeu-se a vida e o estrondo da espera…
Inútil é a granada que eu pegava...
Tu foste o estrondo interno que eu quisera;
Eu a granada que nunca estourava…
(Queiroz Filho)