Lágrimas em minha janela
Como uma gota de tristeza, cai a lágrima
embaçando o vidro com brisa tempestuosa
bela como o orvalho em um botão de rosa
molha a vista da paisagem, uma lástima
O céu chorou diante da cidade e a fez vítima
de um contratempo de amores em prosa
desce aos prantos aquela pérola vagarosa
na janela que treme por prostração legítima
O abatimento me domina ao olhar para fora
o horizonte das venturas se situa à distância
em lonjuras que esperam o correr das horas
o olhar embebido com água de exuberâncias
talismã das dores, em que a saudade mora
recordou a felicidade na doçura da infância