UM DIA ME FIZESTE CRER NA VIDA
Um dia me fizeste crer na vida
E em sua avalanche de absurdos!... Sopraste nesses meus ouvidos curdos
As confissões da tu'Alma sofrida.
Teu coração, deserto de ternura, Qual quem o amor à vida, não renova,
Zangou-se ao ver a Morte abrir a cova
À tua mais que Amada criatura...
E assim, seguiste amarga frente a tudo
Que diz respeito ao mundo e aos seus seres.
Amaste-me bem mais, eu sei, contudo
Já não és minha e hoje, quando leres,
Teu lábio ao outro atado e agora mudo...
Tais versos... Lembrarás dos bons prazeres?...
(Queiroz Filho)