JEITINHO BRASILEIRO (SONETO)

AUTOR: Paulo Roberto Giesteira

A uma sociedade que adora levar vantagem em tudo de esperto,

Que de esperto não tem nada destruindo com a sua própria reputação,

Engana a quem quer enganar julgando a que em nada há qualificação,

Alterando os ágios sobre o que for pra comprar a falta de carisma a quem está por perto.

Em vez de se dizer correto a fazer o certo pelo lado mais certo,

Eleva suas vontades além daquilo que pode alcançar com as mãos,

Gorjetas, trocados, biscates ou bicos a lógica da não autorização,

Foragido das receitas básicas a oportunidade desleal a que estiver aberto.

Gatos, quebra galhos ou informal a cada compromisso incerto...

Descumprindo a ética pelo que acha que chega boquiaberto,

Um terreno invadido para uma desagradada construção.

Sujeitando a qualquer ganha evitando sacrifício a promoção,

Daquilo que é mais fácil a inadimplência pelo gasto descontrolado a desapropriação,

Jeitinho brasileiro do ridículo ao ato mais feio a miséria da alma a desumanização.