SEM PROMESSA

Eu não prometo nada por que posso

Não cumprir o que venha prometer,

E aconteça o que acontecer,

O que vier de bom ou mal, endosso.

O prometido em meio ao alvoroço

Pode se transformar num vamos ver,

E a promessa falsa passa a ser

Espada à espera de um pescoço.

O para sempre nunca foi um tempo

E fazer juras como passatempo

É de quem se aprimora em trambique.

Não sendo trambiqueiro, não prometo,

E quem não crer em juras, mas no afeto,

Até que não dê mais, querendo, fique.