O BÊBADO EQUILIBRISTA
O bêbado meteu-se a equilibrista,
Mas nem tolo ou doido era não,
Estirando o arame pelo chão,
Se equilibrou aos modos de um artista.
A quem não entendia, dava pista,
Uma estrela é apenas ilusão,
A lua não é suspensa num cordão
E a gravidade, grave, é prevista.
Se viver for andar na corda bamba,
Mesmo sóbrio ou bêbado descamba
O que sobe sem ir se equilibrando,
A vida na real não estende rede,
Passe a mão no bolso, eu tenho a sede
De quem no chão se vê no céu voando.