BORRÃO DE TINTA
Não sei se isso é felicidade,
Embora tenha tudo que se diz
Que faz uma pessoa ser feliz
E viver uma vida de verdade.
Eu conquistei aquilo que eu quis
Ter nos dourados anos de idade,
Mas hoje já murchada a mocidade,
O rol de antigos sonhos eu refiz.
Minha vida, talvez, cause inveja
A quem a vê tal qual quero que veja,
E não como em mim ela se pinta.
A vida que feliz se vê na tela,
Com os traços de bela aquarela,
Para minha alma é um borrão de tinta.