GANGORRA

Não se nega a ninguém altos e baixos,

Mas os meus baixos sempre são altíssimos,

Os altos, todo tempo são baixíssimos,

E andam meus mais ou menos cabisbaixos.

Minha autoestima vive em rebaixos

Onde os complexos são complexadíssimos

E os sons da vida em mim soam fraquíssimos,

Nada vibrando em tons de contrabaixos.

Eu me sinto caído de uma gangorra

Quebrada sem ninguém que me socorra,

Erguendo-me do chão para outros planos.

E estando embaixo eu penso que mereço

Não subir, e por mim não tendo apreço,

Nem luto pra cobrar perdas e danos.