TOMADA DE TRES PINOS

À noite inteira, dei-me a pensar

Chega de abuso, assim, cadê prazer,

Se o que eu quero eu não posso ter

E o que não quero, ai, se eu negar?

Em tudo à frente e atrás, deixo plugar,

Faça cosquinha ou danes a doer,

E adianta lá, se eu não quiser,

Se à força me obriga a virar?

E faz tudo do jeito que bem gosta,

Abusando a me ver sempre disposta

A ser sua tomada de três pinos.

Mas o pino gigante e grosso logo

Que pluga queima, e eu penso, a pegar fogo,

Se os bons não são os miúdos e os finos.