AINDA
Eu, ainda, me animo quando vejo
Os agrados de minha juventude,
E por mais que algo em mim se perca ou mude
O que antes eu queria, ainda, desejo.
O lírico instante do vicejo
Da flor, dando-se à luz na quietude
Da madrugada, como antes pude
Ver, da mesma maneira, ainda, almejo.
A flor era a Ana Flor dos meus carinhos
Que na areia molhada dos caminhos
Fechou pra mim as pétalas rosadas.
Mas, ainda. me animo vendo as flores,
Mesmo indo com outros beija-flores,
Por eles tendo as pétalas beijadas.