A cachoeira e as borboletas

A cachoeira e as borboletas

Cantava a cachoeira seu canto de amor,

Em sua vertiginosa precipitação,

Atraía, também, junto com o verão,

A formação do arco-íris, lindo, multicor.

Em uma sinfonia de constante primor,

Borboletas bailavam com grande emoção,

Mas destraídas, foram cair no alçapão

Da corrente das águas em pleno furor.

É que há na beleza constantes perigos,

Não poucos, disfarçados de grandes abrigos,

Que, indefectivelmente, levam-lhes à morte.

Nossa vida é cercada por grandes ciladas,

Cabe desconfiar de ondas inesperadas,

Ter perspicácia e não acreditar na sorte.