REFLEXOS

A inspiração, às vezes, fugidia,

hiberna e deixa a gente tão confuso...

Parece até que a mente se esvazia

e a pena do poeta entra em desuso...

E aí, envolto em minha nostalgia,

e essa saudade, feito um parafuso

dá voltas no passado e, qual magia,

convida-me a escrever e eu não recuso...

Horas a fio imerso em pensamentos,

da verve estanque, afloram-se os rebentos

que aos poucos ganham forma no esqueleto.

Risco, rabisco, apago e recomeço...

E normalmente ao fim desse processo

acabo dando à luz outro soneto!...

Edy Soares
Enviado por Edy Soares em 04/06/2023
Código do texto: T7805399
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