REFLEXOS
A inspiração, às vezes, fugidia,
hiberna e deixa a gente tão confuso...
Parece até que a mente se esvazia
e a pena do poeta entra em desuso...
E aí, envolto em minha nostalgia,
e essa saudade, feito um parafuso
dá voltas no passado e, qual magia,
convida-me a escrever e eu não recuso...
Horas a fio imerso em pensamentos,
da verve estanque, afloram-se os rebentos
que aos poucos ganham forma no esqueleto.
Risco, rabisco, apago e recomeço...
E normalmente ao fim desse processo
acabo dando à luz outro soneto!...