XXI
Permaneço frente o impenetrável,
Simétrico, suntuoso e elegante altar
Da divina criação, contemplo o vel,
Que se faz em representação no ar.
Absorvo toda a sapiência do tentar
E faço o que nunca dantes foi feito,
Pensado ou ouvido e sinto esperar
Toda verdade que guardo em espanto.
E na mística do meu ser avanço,
Descubro que a vida é simples,
Que basta se movimentar criando.
Assim, vou alçando picos mais alto,
Me reiventando ante os males
Deixando a pequenez de lado, voando.