BONECA INFLÁVEL

A uma mulher de espírito indomável,

Vibrante, ambiciosa, inteligência,

Não se nega tomada de demência,

Ao reduzir-se a um ser indecifrável.

Antes de assim se haver era improvável

Pousasse ela um olhar de complacência

Sobre quem a levou à indigência

Moral de a si tornar boneca inflável.

Não passa de objeto à própria cama,

E quem lhe escraviza, ainda, reclama

Que pouco ou nada dá do que ele quer.

A loucura do amor será tão grave

Que pode provocar enorme entrave

À plena a liberdade da mulher?