QUANDO ELA PASSA
Quando ela passa perco o sentido
E nem sei onde deixo a razão,
Se a vontade é jogá-la ao chão,
E a desfazer depressa do vestido.
Dizer palavras chulas ao ouvido
E ouvir o que me leva à perdição,
E em transe ir ao grau de excitação
Que só aos animais é permitido.
É com a mente em fúria, alucinada,
Que sigo ela passando na calçada
Num vaivém de quadris a não ter fim.
Desejo ir-me colado, mas me iludo,
Pois logo o vestido cobre o tudo
De quem passa e nem olha para mim.