INDA QUE TU, DO TEU AMOR, ME PRIVES

Inda que tu, do teu amor, me prives,

eu vencerei montanhas, pontes, vales,

Perís, penedos, tribos, céus, declives,

pra suplicar-te, poeta, não me cales!

Pois reges minha alma e nela, vives!

Atado quão o perfume, aos meus xales...

Dos sonhos meus, teus olhos detetives!

Já acharam o segredo dos meus males...

Unir de vez os nossos dois destinos,

À paz dos brandos seres sem maldade;

Que é o espírito dos pássaros divinos...

Cantando-nos, de longe, a obviedade,

Se do alto, somos seres pequeninos,

De perto, grande é nossa insanidade...

(Laura Alves Coimbra)

Laura Alves Coimbra
Enviado por Laura Alves Coimbra em 27/02/2023
Reeditado em 27/02/2023
Código do texto: T7728524
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