DIA DE DOMINGO

Depois de aposentado, um domingo

É um dia perdido, nada mais,

O sofá é de casca de ananás

E a cama de prazer não dá um pingo.

Do ruge-ruge não se vê respingo,

E o relógio parece andar pra trás,

Quando outros vão à praia e eu fico atrás

De quem não foi à igreja ou ao bingo.

Ninguém, vivalma está na rua,

Na descrição eu peço que me inclua,

Se nem pardal de poste me quer ver...

Depois de aposentado, a segunda

Espero pra que a alegre barafunda

Faça-me o domingo esquecer.