Bruto amor.

Pedra bruta ao toque do cinzel

Grita por conhecer o martelo.

Teme a força caída do céu 

que faz de pincel, cutelo.

Que ama, de certo berra

a todo mundo, por todo poro

quem empunha à Terra,

seu filho em choro sonoro.

Amar pelo castigo, a forma.

Ao molde desejado, lapidar.

Ferir sem dividir no corte.

Acaso a pedra se conforma,

entrega-se bruta a aceitar

a dor de submeter-se à sorte?