PELAS RUAS
Passa acolá, e vai do mesmo jeito
De quando pela rua acompanhava
O bamboleio e nunca despregava
A cobiça de seu corpo perfeito.
Joga ainda chame a torto e a direito,
Já que o tempo, também, ela enganava,
Mas não era no corpo onde estava
Escondido o seu maior defeito.
Todos caem-lhe aos pés, beijam o chão
Onde ela pisa, pois em tentação
Desejam ocupar seu travesseiro.
Por conhecer que sob a leve fronha
Não há penas de ganso, mas peçonha,
Desvio o olhar de seu andar faceiro.