DIONEIA
A timidez não passa de atrativo
Em seu jogo mortal de sedução,
E quando a presa cai no alçapão,
À falsa inocência não há motivo.
E resoluta mostra o corpo ativo,
Permitindo em tudo a invasão,
E ao entregar prazer rola no chão,
No cio de gata em coito abusivo.
Entregue a seu delírio sensual
Transforma o deus à frente num mortal
A lhe cair aos pés liquidamente.
Desfeito o nó da carne e o desalinho,
Recebe pelos gestos de carinho
E a timidez assume novamente.