Espera (Ao meu poeta)
Espero-te nos sonhos de ternura
Que cozo no silêncio da saudade,
Enquanto a madrasta ansiedade
O meu peito devora com tortura.
Mas o Amor de simples criatura
Que rege a voz da fé e da verdade,
É o que me ofertará na Liberdade
Os lábios teus de mágica candura.
Pois nosso Amor sadio se resume
Nas flóreas asas dessa alta canção...
Estremecendo a Alma feito o lume
Ardente, que cerceia uma solidão
Sem cor, sem vida, forma e volume,
Mas que nunca nos sai do coração...
(Laura Alves Coimbra)