Nada
E só mais uma vez, hoje eu te peço,
Depois que já me for, não peças nada.
O quanto eu te chorei, não te confesso,
Nem mesmo se outra vez fosse beijada!...
Se essa vasta mágoa já nem meço,
Após ser desdenhada e desdenhada!
E ver-te um Casa Nova de sucesso;
E ver-me Soror Dor, a maculada!
Eu, que sem existir, calada, existo…
Eu, que dei sopa e manta a esperança...
Eu, que te esquecer, jurei a Cristo…
Não meço a mágoa, essa aguda lança...
Pois a alma que te dei vendo a Mefisto,
Em troca dos meus sonhos de criança…
(Laura Alves Coimbra)