MEUS TRAMBOLHOS

O empoeirado Livro que me lê,

A pena do poema que me escreve;

A covardia audaz que me atreve;

A escuridão sombria que me vê;

A visceral ferida que me escorre;

O Arque - inimigo que ainda amo.

A vida que na morte me proclamo...

O Deus que amiúde sempre morre!

A lesma que até hoje me persegue;

As lágrimas que me choraram olhos;

O amor que o Diabo lhe carregue;

As sepultadas almas sem refolhos;

Oh! Pedro, Pedro, Pedro, não se negue!...

Eu sei - versos não são; talvez trambolhos!...

(Laura Alves Coimbra)

Laura Alves Coimbra
Enviado por Laura Alves Coimbra em 05/12/2022
Código do texto: T7665052
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