MEUS TRAMBOLHOS
O empoeirado Livro que me lê,
A pena do poema que me escreve;
A covardia audaz que me atreve;
A escuridão sombria que me vê;
A visceral ferida que me escorre;
O Arque - inimigo que ainda amo.
A vida que na morte me proclamo...
O Deus que amiúde sempre morre!
A lesma que até hoje me persegue;
As lágrimas que me choraram olhos;
O amor que o Diabo lhe carregue;
As sepultadas almas sem refolhos;
Oh! Pedro, Pedro, Pedro, não se negue!...
Eu sei - versos não são; talvez trambolhos!...
(Laura Alves Coimbra)