Desolação
A manhã já se foi e a tarde finda
Na vaga Luz do Sol já preguiçoso.
E eu ouço o coração bater ansioso
De perguntar se pensas nele ainda.
Aguardo, pois, calada, a tua vinda,
Pensando em teu abraço carinhoso,
Que há de selar num gesto mavioso
O fogarento beijo, a chama linda,
De nossos lábios fartos de ternura!
Mas meu amor tardou e não mais vem!
Acaso, me examinas na tortura?...
Ou triste, choras, como eu, também?
Já basta!... Compreendo nessa altura,
Que o meu eterno amor não é ninguém!
(Laura Alves Coimbra)