Sono

Eu trago os olhos turvos de sentir

A vida em seus íntimos recantos...

Doei-me a tantos sonhos, tantos!

Que hoje já nem sei os distinguir...

Meu coração, nem ele quis ouvir

O réquiem tedioso dos quebrantos,

Regido por demônios e outros santos!...

Que me apontaram a hora de partir.

Num sono divinal, contemplativo!

Em que não se difere um ser vivo

Daqueles que já foram iniciados...

Aonde nem o Tempo em si existe,

E o próprio pensamento ali se assiste,

Crendo que nunca fomos acordados...

(Laura Alves Coimbra)

Laura Alves Coimbra
Enviado por Laura Alves Coimbra em 01/12/2022
Código do texto: T7661797
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2022. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.