Desgosto
Tão bela arrumei-me hoje pra ti
Que a euforia em mim fazia festa!
Vesti-me com o Azul de tua testa,
Maravilhoso azul que hoje sorri
Aos lábios meus abertos só pra ti,
Mas sinto que alegria me detesta!
E a esperança é a carne indigesta
Que ao molho de meu ódio, engoli!...
Agora a solidão é o meu abrigo,
Mas não verás minha lágrima cair,
Pois beijarei até o teu inimigo!
No tresloucado impulso de rugir
Mais alto que a mágoa, que o castigo!
De amar a quem de mim vivi a fugir.
(Laura Alves Coimbra)