Desgosto

Tão bela arrumei-me hoje pra ti

Que a euforia em mim fazia festa!

Vesti-me com o Azul de tua testa,

Maravilhoso azul que hoje sorri

Aos lábios meus abertos só pra ti,

Mas sinto que alegria me detesta!

E a esperança é a carne indigesta

Que ao molho de meu ódio, engoli!...

Agora a solidão é o meu abrigo,

Mas não verás minha lágrima cair,

Pois beijarei até o teu inimigo!

No tresloucado impulso de rugir

Mais alto que a mágoa, que o castigo!

De amar a quem de mim vivi a fugir.

(Laura Alves Coimbra)

Laura Alves Coimbra
Enviado por Laura Alves Coimbra em 01/12/2022
Código do texto: T7661793
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