SONETO AO AMIGO QUE SE FOI
São tantos os amigos que perdi,
que o tempo nem permite pranteá-los,
entender sua ausência, desenhar
os rostos para que as histórias fiquem.
São tantos os amigos que perdi,
que nunca poderei contá-los, certo
desta efemeridade que nos leva,
incerto dos destinos e desfechos.
A conta dos amigos que perdi
não é maior, apenas, do que a soma
daqueles que ganhei por toda a vida.
Outras vidas virão, chances de encontro
que os espíritos sempre se permitem
– frutos que somos desta mesma árvore.
14 de outubro de 2022
(Soneto incluído no livro "Oração", que está em produção)