"MELANÇA"
Os meus olhos da cor de mel de abelha
E os dela da cor de esperança,
Se misturando, deram na “melança”
Que deixou a face dela bem vermelha.
É que o mel esquentado na centelha
De fogo verde de uma chama mansa
Virou um pirulito feito lança
Que à seta do Cupido se assemelha.
Ela pregando o olhar na guloseima,
Não se importou, depois, se o doce queima
Ou dá sapinho à boca desejosa.
E já perdido todo o embaraço,
Fez-me ver que gostou de o melaço
Ter escorrido em sua boca mimosa.