MANIFESTO ÍNTIMO
Se, assim, entrego à folha de papel
minhas mágoas, talvez jamais consiga
fazê-lo a qualquer um ... Sei que meu céu
não é igual ao dos outros – Não me siga!
Apenas reze por mim, e não diga
que sou frio, egocêntrico ou cruel.
- Só não sou, nem serei, mais uma viga
a sustentar o rei, o templo, o quartel ...
Ainda escolho – bem ou mal, não importa!
Ainda mantenho em mim a luz, a porta
aberta para a vida, o voo sem fim.
Eu consigo chorar meus medos tantos,
meu verso meio louco, os desencantos ...
Se quiser me amar, não chore por mim!
(Um soneto de 1986 para comemorar o aniversário do site
www.williammendonca.com.br, espaço que foi criado em 12/09/2006.
Palavras deixadas no tempo, que ainda me representam)
Em tempo: soneto incluído no livro "Oração", que está em produção