A LUA E EU
Sinto-me só, e o triste abandono,
Que faz de minha alma um não sei quê,
Somente a lua cheia chega a ver
Com seu olhar graúdo sem ter sono.
No céu ela sou eu, um cão sem dono,
Atrás do sol a dela se esconder…
Vindo à varanda, indaga-me o porquê
De a primavera ter virado outono.
O frio que hoje sua alma corta
É o mesmo que bate à minha porta
Deixando-me a alma cheia de aflição.
E o pranto de nós dois num só se funde,
E a dor, enquanto pelo ar se difunde,
Afunda a lua e eu na escuridão,