O QUE VEJO
Não é somente o corpo e a consciência
Que anima e motiva para a vida,
Nela o que há é coisa pressentida
Por quem não só cultua a aparência.
Vejo-lhe a imagem cheia da inocência
Que nos costumes de hoje está perdida,
E não é falsa, hipócrita ou fingida,
Mas algo apropriado à sua essência.
Além da silhueta o que vejo
Não é a figura estranha do desejo
Expresso em formas de um corpo qualquer.
É algo sublime que me toca a alma,
Mas às noites me faz perder a calma,
Vendo o anjo encarnar-se na mulher.