Ignorado

Ignorado

Por aquele tão grande amor que não me deste,

Preferindo deixá-lo à deriva no cais,

Fazendo pouco até dos não falados ais,

Que do meu peito mudo, ouvir tu não quiseste.

Sofrendo na distância e esta chinesa peste,

Que me tornou ausente a sofrer ainda mais,

O encontro que não foste nem irei jamais,

Deixou-me sem destino perdido no agreste.

De tão alheio amor, ao nascer abortado,

Como dois lagartos no cacto espetado,

Sonhando estar no topo de um verde cipreste.

Tu me devolverás, com alguns embaraços,

O calor que não foi trocado nos abraços

E eu reterei os beijos que tu não me deste.

Aracaju-Sergipe, 23/ 03/ 2022

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Nem sei se o verbete "envaidecido" cabe aqui, o certo é que estou em estado de graça com essa especial participação da Poetisa Lena Lustosa. Ganhei o resto do mês!

À deriva

Quem dera esse amor sonhado

Tão precocemente abortado

Real se tornasse...

Amor com encontro marcado

Que não foste nem irei jamais

Amor que segue à deriva no cais

Silenciando todos os meus "ais"

Que nem em sonho ouves mais.